A Perfeição

Não me conformo com a imbecilidade humana que poda árvores, nas praças,  para que fiquem simétricas e iguais entre si… Não conheço demonstração maior de ignorância e completa estupidez com relação à vida e suas manifestações.

O homem, na sua patética arrogância, se acha capaz de tornar as árvores mais belas, podando-as, tornado-as simétricas, regulares, “perfeitas”, segundo sua idiota concepção de “perfeição”, e o pior: similares entre si. Não sabem então, que o que a beleza de uma árvora é exatamente o fato de ela ser única? Que a sua perfeição reside justamente nisso:  na sua assimetria, na sua diversidade de formas e dimensões e nas suas características exclusivas que a tornam diferentes, uma das outras, e ímpares?

Quando alguém poda uma árvore e a transforma em simetria está justamente roubando dela sua maior riqueza: a de ser de um jeito que só ela, e nenhuma outra mais, é…

O mesmo acontece com algumas pessoas: na ânsia de se encaixar em algum padrão determinado de beleza, ou de comportamento, fazem dos seus corpos, ou das suas vidas,  verdadeiros atestados da ignorância humana. Moldam-se, podam-se, padronizam-se… Buscando encaixar-se em modelos pré-estabelecidos. Não percebem como vão perdendo a graça, ao ficarem cada vez mais parecidas, umas com as outras.

Ficam como essas árvores podadas nas praças…  A gente passa por elas e sente muita pena por terem perdido o encanto e a perfeição da sua beleza única.